No entanto, a verdade bíblica é oposta a essa bandeira. Ao invés de darmos as mãos com os de outra fé devemos redargüir, repreender e exortar com temor, longanimidade e doutrina (2 Tm 4:2). Devemos defender e viver a sã doutrina ao invés de desviar nossos ouvidos da verdade em prol da unidade com outra fé. Unidade fora da sã doutrina é enganação. Orando ao pai Jesus disse: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17:17). A unidade cristã dá pela Palavra viva, santa e imutável de Deus. Se não for pela Palavra de Deus não haverá unidade cristã. A unidade não deve ser meramente espiritual, mas também bíblico-doutrinária.
Não é conselho bíblico dar as mãos com os que aprenderam de modo diferente dos apóstolos, mas sim, notá-los e nos desviar deles “Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” (Rm 16:17). Estamos vivendo a época da beatificação da tolerância onde não é mais necessário lutar pela verdade e como conseqüência erros doutrinários grosseiros são toleráveis em nome do amor e da unidade.
Não podemos aceitar “verdades” divergentes como igualmente válidas. Só há uma verdade e ela é absoluta. Essa verdade é o Senhor Jesus Cristo. Os ecumênicos para justificarem a “unidade na diversidade” destacam uma característica muito importante da natureza divina: o amor. E, citam João 17:21 “Para que todos sejam um assim como nós”. Esquecem a outra característica: a santidade. Deus é amor, mas é também santo. Por isso, é impossível unir o santo com o profano. Além disso, a unidade que Jesus pede ao pai não era uma unidade religiosa sem identificação, mas aquela santidade que resulta na submissão à prática da doutrina verdadeira. Sabemos pelas cartas paulinas que a unidade é bíblica. Em I Coríntios 10: 17 Paulo declara: “Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo”. Em I Coríntios 12: 13-14 o apóstolo enfatiza que cada membro do corpo é diferente um do outro, mas forma uma unidade. Portanto, cristianismo é acima de tudo união de gregos e troianos, ricos e pobres, negros e brancos, todos unidos numa só fé. Mas, o cristianismo verdadeiro não tolera a conjugação entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, a luz e a escuridão.
Quando Paulo diz em I Coríntios 6:14 “Não vos ponhais a um jugo desigual com os infiéis”, a idéia e de se colocar dois animais totalmente diferentes em uma mesma canga. Imagine um boi e um jumento carregando a mesma canga. Nenhum fazendeiro de bom senso faria essa tolice, pois o desastre seria total. O boi é vagaroso e pesado o jumento é rápido e mais leve. Portanto, Apostasia e sã doutrina não caminham juntas. Verdade e erro são incompatíveis e não podem se combinar para produzir algo bom. A doutrina nunca deverá ser sacrificada em nome da unidade. Por isso, Paulo exorta “Se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele” (2 Ts 3:14). A grande astúcia satânica é: “Unidade no que é relevante e liberdade no que é secundário”. Esse tema é atraente e diplomático, porém é diabólico por que passa a impressão de que a mensagem bíblica se divide em partes relevantes e secundárias, ou seja, na Bíblia há partes importantes e sem importância.
O objetivo dessa temática é incutir na igreja que na Bíblia tem princípios básicos que devem ser seguidos por todos os crentes e doutrinas secundárias que cada um pode interpretar como quiser. Não nos iludamos, a meta do diabo é diluir a verdade absoluta do Evangelho. Se doutrina é secundário a Bíblia cai em descrédito. Se doutrina não é importante, como fica 2 João 1: 9-10? “Todo aquele que ultrapassar a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus, o que permanece na doutrina esse tem tanto o pai como o filho”. Infelizmente, temas como “Todas as religiões são legítimas”, “Creia no que eu creio e crerei na sua fé” estão cada vez mais encontrando espaço nas igrejas evangélicas.
A idéia de Satanás é criar um “novo Deus” que seja adequado a todos os deuses, ou seja, um “Deus” que abrange todas as crenças e religiões. A pureza doutrinária deve ser o fundamento básico da igreja. Quando a igreja perde a posição de separação com aqueles que proclamam um evangelho falsificado, ela perde a razão de sua existência. A astúcia satânica não mudou: ele sempre procurará perverter e arruinar a mensagem do Evangelho através de pactos com aqueles que pregam o evangelho falso. Precisamos nos preservar de uma unidade na qual a doutrina é considerada sem valor. Precisamos nos preservar da unidade dos gafanhotos que têm como objetivo comum a ruína de tudo que está ao redor. O ecumenismo afronta a Deus porque Deus não quer todo mundo de qualquer jeito. Deus quer o seu povo que foi comprado com o seu próprio sangue separado e santo!