7 de dezembro de 2014

Pragmatismo e a Sã doutrina, Parte 2.

O pragmatismo como uma filosofia norteadora do ministério é inerentemente defeituoso e como uma prova para a veracidade é satânico.


Entretanto, um irresistível surto de pragmatismo está permeando as igrejas. A metodologia tradicional - especialmente a pregação - está sendo descartada ou menosprezada em favor de novos métodos, tais como dramatização, dança, comédia, variedades, lutas, comes e bebes, grandiosas atrações, jogos,  concertos populares e outras formas de entretenimento. Esses novos métodos são, supostamente, mais "eficazes", ou seja, atraem grandes multidões. E, visto que, para muitos, a quantidade de pessoas nos cultos tornou-se o principal critério para se avaliar o sucesso de uma igreja, aquilo que mais atrair público é aceito como bom. Isso é pragmatismo.



Talvez os sinais mais visíveis do pragmatismo sejam as mudanças convulsivas que, na década passada, revolucionaram o culto de adoração das igrejas. Algumas das maiores e mais influentes igrejas evangélicas agora ostentam cultos dominicais que são planejados com o propósito de serem mais divertidos do que reverentes.

Alguns líderes eclesiásticos aparentemente pensam que as quatro prioridades da igreja apresentadas no livro de Atos - a doutrinados apóstolos, a comunhão, o partir do pão e as orações (At 2:42) - constituem uma agenda deficiente para a igreja de nossos dias. Eles estão consentindo que a dramatização, a música, a recreação, o entretenimento, os programas de auto-ajuda e iniciativas semelhantes eclipsem o culto e a comunhão dominical tradicionais. Aliás, na igreja contemporânea tudo parece estar na moda, exceto a pregação bíblica. O novo pragmatismo encara a pregação (particularmente, a pregação expositiva) como antiquada. 

Proclamar de modo claro e simples a verdade da Palavra de Deus é visto como ingênuo, ofensivo e ineficaz. Dizem-nos que obteremos melhores resultados se, primeiramente, entretivermos as pessoas ou lhes oferecermos dicas a respeito de como serem bem-sucedidas e lhes ministrarmos "psicologia popular", cortejando-as assim para que "façam parte de nosso grupo". E, uma vez que se sintam bem, estarão dispostas a receberem a verdade bíblica em doses homeopáticas e diluídas.

Há pastores se voltando para livros de marketing em busca de técnicas que ajudem no crescimento da igreja. Muitos seminários abandonaram sua ênfase básica de treinamento pastoral alicerçado em um currículo bíblico-teológico, trocando-o por um treinamento alicerçado em técnicas de aconselhamento e em teorias de crescimento de igreja. Todas essas tendências apontam para o crescente comprometimento da igreja com o pragmatismo.

Assim como delineou Dr. Martin Lloyd-Jones,
Essas propostas que nos convidam a pregar menos e a fazer mais determinadas outras coisas naturalmente não são nenhuma novidade. As pessoas parecem pensar que tudo isso é relativamente novo ou que é o carimbo da modernidade censurar ou depreciar a pregação, pondo ênfase sobre essas coisa. A resposta simples a isso é que nada há de novo em torno dessa atitude. A sua forma externa pode ser nova, mas o princípio certamente nada tem de moderno; de fato, tem sido a ênfase específica do presente século.