29 de abril de 2016

O Jesus de cabelos compridos e a Sã Doutrina.


Somos muitas vezes confrontados (em livros, obras de arte, escritos, várias imagens e até mesmo entre o meio evangélico) com expressões gráficas tentando representar a face física do Senhor Jesus Cristo. Sendo certo que este é um tema que muitas pessoas receiam em falar, devemos por um ponto de ordem, já que estão a denegrir o nosso Senhor e Salvador. E isto por que todas as tentativas que existam de forma a querer representar a face do Senhor Jesus, não passam disso mesmo: meras tentativas, já que ninguém sabe como Ele era fisicamente, nem existem quaisquer vestígios pertencentes a Ele.         
      A visão do Senhor Jesus com cabelos compridos surgiu no século IV com o chamado “Santo Sudário”, um tecido onde está incrustada uma face que a religião católica fez convencer pertencer ao Senhor Jesus, de forma que essa face tornou-se amuleto: serve de santuário para milhões de peregrinos e prosélitos vilmente enganados na sua ignorância.
Mas será que Jesus tinha mesmo cabelos compridos? Vejamos a história e abramos a Bíblia. Sabemos que o Senhor Jesus viveu na terra de Israel, na altura sob o domínio do Império Romano. Ora, os cabelos curtos dos homens não é fruto da cultura moderna. Os livros de história e as estátuas dos legionários romanos mostram todos os homens com cabelos curtos (bem curtos, mesmo). Quem ditava a “moda” era o imperador e todos os imperadores e capitães romanos, antes e depois de Jesus, desde Júlio César a Trajano, não tinham cabelos compridos.
      Antes do período romano, a cultura predominante na zona oriental do Mediterrâneo, incluindo a Judéia, foi a grega. Nos tempos do Senhor Jesus, grande parte da população judia era de cultura helênica e falava grego (João 12:20; Atos 6:1) – aliás, os livros do Novo Testamento estão escritos precisamente em grego. O estilo nos cabelos era o mesmo, ou seja, curtos. Basta ver as estátuas dos filósofos Aristóteles, Platão, Sócrates… alguns usavam barba, mas muitos outros não; todavia, os cabelos eram sempre curtos.
Relativamente, aos judeus não helênicos, o Talmude judaico (anterior ao período grego) refere que “os sacerdotes devem cortar-se a cada 30 dias”. Esses judeus conheciam o mandamento de Ezequiel 44: 20: “E a sua cabeça não raparão, nem deixarão crescer o seu cabelo; antes, como convém, tosquiarão as suas cabeças”. As estátuas e demais reproduções dos varões judeus, nos tempos de Jesus, mostram claramente que ninguém usava cabelos compridos.
      Há, contudo, quem faça confusão pelo fato de Jesus ser nazireu. Jesus era nazireu porque era da cidade de Nazaré (ou seria nazareno?). Ele não era nazireu, que é algo completamente diferente. Esse termo (nazireu) prende-se um voto perante o Senhor Deus quanto ao serviço e dedicação que alguns fizeram. Foi o caso, por exemplo, de Sansão (cfr. Juízes 13:5; 16:17). Aliás, os nazireus estavam sujeitos a regras muito estritas. E quanto a estas, cumpre notar que o Senhor Jesus bebeu vinho (Mt. 11:19) e numa ocasião tocou num cadáver (Mt. 9:25) e ambos estes atos eram proibidos aos que faziam voto de nazireu (Nm. 6:3,6).
      Os cabelos compridos que alguns varões usam hoje é fruto da cultura moderna, de aversão a Deus e à sua natureza. Abramos a Bíblia em I Co. 11:14. Ali lemos: “Não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido?” Se Paulo assim escreveu era impossível Jesus ter cabelos compridos, a sã doutrina é contra homens usarem cabelos compridos e Paulo deixa claro que as igrejas de Deus não tem o costume de os homens usarem cabelos compridos: Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus. 1 Co 11:16.
           Os que faziam voto de nazireu deixavam crescer o cabelo em sinal de humildade e submissão. Era precisamente uma vergonha. Por isso, suportavam-na por amor a Deus.
      Devemos notar que quando terminava o período do voto, o nazireu devia cortar de imediato o seu cabelo (Nm. 6:18). Não é isto que vemos naqueles que, nos dias de hoje deixam crescer os cabelos – geralmente para a própria glória  (vanglória) e exibicionismo.
NÃO. JESUS NÃO TINHA CABELOS COMPRIDOS
      O seu aspecto era similar ao de qualquer judeu da sua época. Na noite anterior da sua crucificação, veio uma multidão para o prender. Mas esta multidão não reconheceu quem era Jesus dentre os homens (Jesus e os seus discípulos) que ali estavam. Foi necessário Judas usar um sinal especialmente combinado para o revelar aos seus inimigos: um beijo na face (Mt. 26:48-49). Ele não teria necessidade de o fazer se Jesus tivesse um aspecto que o distinguisse dos demais.


      Como cristãos, devemos rejeitar todas as formas que possam denegrir o nome do Nosso Senhor e advertir aqueles que usam cabelo comprido que estão fora da sã doutrina e devem se arrepender. I Co 11:14. Façamo-lo!