23 de dezembro de 2014

Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas. ( E tome aplausos) Parte 1.

A glorificação do homem é notória nas igrejas evangélicas, principalmente durante o culto. O cantor louvou: aplausos. O ex ator falou: aplausos. O Politico falou: aplausos. Um testemunho de vitória como atleta de Cristo: aplausos. Para os visitantes: aplausos. Junto aos aplausos, assobios, gritos e vem abaixo a adoração “em espírito e em verdade”. Enfim, as expressões de adoração a Deus no culto foram substituídas por ovações ao homem. Muitos pregadores assemelham-se mais a personagens de uma peça teatral do que arautos do Evangelho. Vivem de buscar aplausos e reconhecimento de homens. O maior desejo deles não é ver Jesus salvando pecadores, mas sim divulgar seu ministério e sua pessoa. As igrejas desses líderes têm sua base construída sobre a opinião pública e sobre as últimas técnicas mercadológicas. Neste contexto, o Evangelho se torna trivial, perde sua profundidade e Deus se transforma em um produto a ser vendido. O que resta são doses de conjecturas, discurso ensaiado, muito blá, blá, blá, aplausos, aplausos e aplausos. Dizem que os aplausos são para Jesus quando lá no fundo se sabe que é para engordar o ego dos “artistas” da igreja.


Charles Spurgeon pontificou: “haveria Jesus de ascender ao trono por meio da cruz, enquanto esperamos ser conduzidos para lá nos ombros das multidões, em meio a aplausos?”. Crisóstomo, conhecido pela sua inflamada pregação, era interrompido muitas vezes pelos seus ouvintes por aplausos. Mas, este homem de Deus censurava este tipo de glória ao homem. Não era incomum ouvi-lo dizer aos ouvintes: “O que é isto, um teatro? Por que vocês interrompem a minha pregação com aplausos? Antes façam o que digo ao invés de me aplaudirem por tê-lo dito”. O avivalista George Müller disse: “Chegou o dia em que morri para George Müller, morri para tudo que eu era, que tinha, possuía e esperava ser, morri completamente e absolutamente para George Müller”. Na verdade não existe qualquer precedente bíblico que justifique aplausos para o pregador ou o cantor. Isso apenas incha a carne. Jesus era absolutamente despreocupado consigo mesmo. Sua preocupação maior era ser servo. É difícil imaginar Paulo, Silas, Barnabé, Pedro, Apolo, Felipe ou Estevão pregando o Evangelho e recebendo uma linda salva de palmas do povo. Os profetas não foram aplaudidos. Foram perseguidos, repudiados e maltratados. A mensagem dos profetas não consistia de frases elaboradas para animar a torcida; não consistia de um agito emocional e nem de falatório diplomático. Eles expunham a espada da pureza e da justiça o que gerou entre os seus ouvintes rejeição, escárnio e não aplausos.