25 de agosto de 2015

Corinhos e hinos anti bíblicos

Lamentavelmente o louvor em muitas igrejas está em estado de coma. A igreja está sendo massificada por um amontoado de corinhos invertebrados, ou seja, sem pé nem cabeça onde o que vale não é se o que se canta é bíblico, mas se faz bem. A maioria dos corinhos cantados em nossas igrejas é uma apologia ao cristianismo de lagoa: esparramado e raso. Corinhos ingênuos, banais, tremelicosos, fragmentados, catárticos, aguados, tupiniquim, amebianos, tolos, de letra capenga, sem sentido, de música pobre e de teologia estropiada. Corinhos que não passam de quinquilharias e bugigangas, pois não têm um conteúdo bíblico denso, mas um conteúdo light-dietético, mais para ginga e requebro que para reflexão. Corinhos que insultam a Deus rebaixando-o ao nível infantil, pois apresentam Deus como “fada madrinha” ocultando Sua santidade. Têm ritmo e estridência, porém são vazios de letra bíblica. Quando na letra se fala de Jesus é para induzir as pessoas projetarem seus sonhos de consumo.
São monocrômicos, isto é, pintados com uma só cor, ou seja, é sempre a mesma ladainha, a mesma lenga-lenga: beber nos teus rios, mergulhar nos teus rios, encher meus celeiros com os frutos da terra, voar nas asas do Espírito, Deus sonha os teus sonhos, Deus investe nos meus sonhos, os sonhos que Deus sonhou para mim, estar apaixonado por Jesus, quero te tocar, quero te abraçar, amamos louvar-te, viemos te louvar, subir o monte Sião, subir acima dos querubins, uma série de expressões invertebradas. Louvor não consiste de palavra sobre louvor, mas sobre o Senhor. Louvar não é dizer “amamos louvar-te”, “viemos te louvar”. O que Deus é, e faz é que nos leva a nos prostrarmos diante dEle maravilhados e, refletir sobre os seus atos, seu amor e sua graça em adoração. O monte Sião é uma tipologia do Evangelho e cada crente já está nele (Hb 12: 22-29). Subir acima dos querubins é problemático, pois quem quis subir acima dos querubins foi Satanás e foi expulso do céu (Is 14:13).

Portanto, toda letra de cântico deve ser submetida ao exame bíblico. O certo não é o que se a pessoa canta lhe faz bem. O certo é o que está de acordo com a Bíblia. A música evangélica deve ter função pedagógica e não recreativa, ela não é acessório, nem adorno, nem passa tempo, nem é para variar o culto; ela deve ensinar as grandes verdades da fé cristã. Os cânticos devem ter uma recitação teológica, uma apresentação clara de doutrinas. Na ótica vertical a finalidade dos cânticos é a glória de Deus, na ótica horizontal é ensinar, instruir. Poucos são os corinhos que exortam à confissão de pecados, que falam de missões, da Bíblia como Palavra de Deus. A maioria de suas letras não canta a cruz, o sangue que purifica de todo o pecado, o túmulo vazio, o perdão dos pecados, o caminho estreito, a necessidade de arrependimento e santificação dos crentes. Canta-se vitória, mas não se canta integridade, renúncia e negação de si mesmo.