Existe
atualmente um evangelho que tem desenvolvido uma série de ensinos que suavizam
as arestas e os ângulos mais profundos do verdadeiro Evangelho de Cristo. Tais
ensinos são tão cômodos, fáceis, lhanos e populares que se adéquam perfeitamente
àqueles que têm aversão ao mandamento de negar-se a si mesmo, e especialmente
aos que adoram os prazeres carnais desta vida. O Senhor Jesus nos advertiu
contra tais ensinos, posto que o Evangelho verdadeiro, haveria de ser, segundo
Ele nos ensina, um caminho árduo e, sem dúvida, muito oposto à aceitação popular
– “Porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida” (Mat
7:14).
Uma
das mais suspeitosas qualidades deste evangelho profano de hoje é sua
inconsistência bíblica. Ele ensina que os crentes serão salvos indiferentemente
de como vivam. É uma salvação sem custos, ou seja, não faça nada e ganhe tudo. É
o “evangelho bonachão”, é o “evangelho da boa vida”, é o “evangelho de bônus e
brindes” é o evangelho largo, espaçoso, porém biblicamente condenatório, pois
conduz à perdição de acordo com Mateus 7:13. O Evangelho de Cristo é o da cruz,
do arrependimento, do nascer de novo, da renúncia. A Bíblia ensina, e também nos
ensinaram Martinho Lutero e a Reforma, que somos salvos por Deus somente pela
fé em Cristo.
Porém , a fé bíblica demanda e produz uma mudança custosa e
radical na vida do crente. Sua essência é uma entrega total a Cristo: “Quem não
toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim” (Mat 10:38). O gêmeo
siamês desta verdade é o arrependimento: “Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento” (Mat 3:8).
O
desenvolvimento do evangelho profano é o chamado evangelho das riquezas. Este
evangelho ensina que, devido Deus amar a seus filhos, não é de Sua vontade que
eles sejam pobres. Neste contexto, todos os crentes poderiam ser ricos, se tão
somente pudessem crer que é assim que Deus quer, devendo, portanto, reivindicar
suas promessas e decretar “vou enriquecer”. Na verdade, isto é confissão
positiva oriunda das religiões pagãs. São os ocultistas que praticam o decretar,
que é a repetição de confissões positivas para “criar” aquilo que é falado.
Portanto, quem fica decretando está em pé de igualdade com os ocultistas. É
também prática do evangelho profano promover shows, espetáculos e campanhas para
escravizar as pessoas induzindo-as a fazerem “ofertas de sacrifícios” senão Deus
não abençoa. A casa de Deus é transformada em casa de negócio onde se faz
comercial de CDs e bugigangas judaizantes ceifando sem dó os bolsos da
membresia.
É
comum os profanadores do Santo Evangelho, levar o povo para os montes. Lá
prometem ao povo “maravilhas” ocultistas, dão ordens ao Senhor, declaram,
decretam, determinam, sopram nas pessoas, fazem lavagem cerebral e praticam atos
de feitiçaria: ungem objetos com “óleo consagrado”. Num ato de magia, os
profanadores ungem as pessoas com óleo como se o óleo tivesse poder curador. De
acordo com Tiago 5:14 e 15 o poder curador está na oração e não no óleo. O óleo
não é mágico, óleo é óleo e não cura. Não há poder espiritual no óleo. Não
podemos ver o óleo como sagrado; por si só, o óleo não opera milagres. O Senhor
é quem cura em resposta à oração. Os profanadores são “cultuadores de óleo”. O
profanador, antes de iniciar a sua pregação, unge a si próprio com óleo a fim de
passar para o povo a idéia de que está se santificando. Ora, de acordo com a
Bíblia quem nos santifica é somente o nosso Senhor e salvador Jesus Cristo.
Portanto, quem usa óleo com a finalidade de santificar-se, estar negando o
sacrifício de Jesus.
Os
profanadores do Santo Evangelho dão boas vindas às músicas profanas na igreja do
Senhor manchando-lhe as vestes. Os sambas, os axés, os funks, os raps, os blues,
os jazz, os ritmos caipiras penetraram sorrateiramente no corpo de Cristo
sufocando-lhe sua espiritualidade e soterrando uma a uma as glorificações que se
faziam ouvir. Estes ritmos são esgotos de Satanás, são como papa azeda que ficou
fora da geladeira, servindo apenas para ser jogada no lixo. É preciso uma tomada
de posição em favor da despoluição das igrejas no terreno musical. O lugar das
músicas profanas é nos palcos, nos auditórios seculares, nas boates e salões de
bailes, mas nunca, nunca e nunca nos templos onde se devem ouvir límpidos
cânticos espirituais e harmonias solenes e inspiradoras ao louvor de Deus, na
beleza de Sua santidade. Não adianta dizer que não existe música profana. Só
quem está com sua mente cauterizada não consegue distinguir o santo do
profano.
Nossa
oração é que haja pronunciamento, claro e firme, da parte de todos os crentes
zelosos, frontalmente contrários a essas distorções maléficas e malignas.
Estejamos engajados no padrão do Santo Evangelho, no modelo que o Espírito Santo
ditou, e não no modelo dos profanadores.
Ir.
Marcos Pinheiro