18 de fevereiro de 2015

PROFANAÇÃO DO SANTO EVANGELHO

Existe atualmente um evangelho que tem desenvolvido uma série de ensinos que suavizam as arestas e os ângulos mais profundos do verdadeiro Evangelho de Cristo. Tais ensinos são tão cômodos, fáceis, lhanos e populares que se adéquam perfeitamente àqueles que têm aversão ao mandamento de negar-se a si mesmo, e especialmente aos que adoram os prazeres carnais desta vida. O Senhor Jesus nos advertiu contra tais ensinos, posto que o Evangelho verdadeiro, haveria de ser, segundo Ele nos ensina, um caminho árduo e, sem dúvida, muito oposto à aceitação popular – “Porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida” (Mat 7:14).


Uma das mais suspeitosas qualidades deste evangelho profano de hoje é sua inconsistência bíblica. Ele ensina que os crentes serão salvos indiferentemente de como vivam. É uma salvação sem custos, ou seja, não faça nada e ganhe tudo. É o “evangelho bonachão”, é o “evangelho da boa vida”, é o “evangelho de bônus e brindes” é o evangelho largo, espaçoso, porém biblicamente condenatório, pois conduz à perdição de acordo com Mateus 7:13. O Evangelho de Cristo é o da cruz, do arrependimento, do nascer de novo, da renúncia. A Bíblia ensina, e também nos ensinaram Martinho Lutero e a Reforma, que somos salvos por Deus somente pela fé em Cristo. Porém, a fé bíblica demanda e produz uma mudança custosa e radical na vida do crente. Sua essência é uma entrega total a Cristo: “Quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim” (Mat 10:38). O gêmeo siamês desta verdade é o arrependimento: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mat 3:8).


O desenvolvimento do evangelho profano é o chamado evangelho das riquezas. Este evangelho ensina que, devido Deus amar a seus filhos, não é de Sua vontade que eles sejam pobres. Neste contexto, todos os crentes poderiam ser ricos, se tão somente pudessem crer que é assim que Deus quer, devendo, portanto, reivindicar suas promessas e decretar “vou enriquecer”. Na verdade, isto é confissão positiva oriunda das religiões pagãs. São os ocultistas que praticam o decretar, que é a repetição de confissões positivas para “criar” aquilo que é falado. Portanto, quem fica decretando está em pé de igualdade com os ocultistas. É também prática do evangelho profano promover shows, espetáculos e campanhas para escravizar as pessoas induzindo-as a fazerem “ofertas de sacrifícios” senão Deus não abençoa. A casa de Deus é transformada em casa de negócio onde se faz comercial de CDs e bugigangas judaizantes ceifando sem dó os bolsos da membresia.


É comum os profanadores do Santo Evangelho, levar o povo para os montes. Lá prometem ao povo “maravilhas” ocultistas, dão ordens ao Senhor, declaram, decretam, determinam, sopram nas pessoas, fazem lavagem cerebral e praticam atos de feitiçaria: ungem objetos com “óleo consagrado”. Num ato de magia, os profanadores ungem as pessoas com óleo como se o óleo tivesse poder curador. De acordo com Tiago 5:14 e 15 o poder curador está na oração e não no óleo. O óleo não é mágico, óleo é óleo e não cura. Não há poder espiritual no óleo. Não podemos ver o óleo como sagrado; por si só, o óleo não opera milagres. O Senhor é quem cura em resposta à oração. Os profanadores são “cultuadores de óleo”. O profanador, antes de iniciar a sua pregação, unge a si próprio com óleo a fim de passar para o povo a idéia de que está se santificando. Ora, de acordo com a Bíblia quem nos santifica é somente o nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Portanto, quem usa óleo com a finalidade de santificar-se, estar negando o sacrifício de Jesus.


Os profanadores do Santo Evangelho dão boas vindas às músicas profanas na igreja do Senhor manchando-lhe as vestes. Os sambas, os axés, os funks, os raps, os blues, os jazz, os ritmos caipiras penetraram sorrateiramente no corpo de Cristo sufocando-lhe sua espiritualidade e soterrando uma a uma as glorificações que se faziam ouvir. Estes ritmos são esgotos de Satanás, são como papa azeda que ficou fora da geladeira, servindo apenas para ser jogada no lixo. É preciso uma tomada de posição em favor da despoluição das igrejas no terreno musical. O lugar das músicas profanas é nos palcos, nos auditórios seculares, nas boates e salões de bailes, mas nunca, nunca e nunca nos templos onde se devem ouvir límpidos cânticos espirituais e harmonias solenes e inspiradoras ao louvor de Deus, na beleza de Sua santidade. Não adianta dizer que não existe música profana. Só quem está com sua mente cauterizada não consegue distinguir o santo do profano.


Nossa oração é que haja pronunciamento, claro e firme, da parte de todos os crentes zelosos, frontalmente contrários a essas distorções maléficas e malignas. Estejamos engajados no padrão do Santo Evangelho, no modelo que o Espírito Santo ditou, e não no modelo dos profanadores.



Ir. Marcos Pinheiro