27 de agosto de 2016

MEDIOCRIZADORES DO EVANGELHO PARTE1.

Estamos vivendo a época da mediocrização do Evangelho. Pastores inescrupulosos oferecem perdão em troca de dinheiro; anunciam um Deus que se deixa subornar por ofertas; um Deus que é um quebrador de galhos que enriquece as pessoas que o coloca na parede.


Enfim, um Deus que é um babaquara-bonachão com um saco cheio de presentes para dar àqueles que vivem de religiosidade festiva, ou seja, freqüentam a igreja aos domingos, dizimam, ofertam, cantam corinhos, pulam, sapateiam, assobiam, gritam, dão vaias, sopram, estouram bolas, gingam o corpo, gargalham, dançam, rodopiam, berram e batem palmas. A ladainha arrazoada dos mediocrizadores do Evangelho é sempre a mesma: “Venha buscar sua bênção”, “Aprenda a vencer o devorador”, “Deus derramará uma unção financeira sobre você”, “Venha recuperar o que o diabo roubou de você”, “Aprenda a viver acima da média”, “Torne possível seus impossíveis”, “Exija seus direitos a Deus”, e por aí vai. 

Nesse contexto, a posição de servo inútil recuou diante da arrogância do status de filho do rei que reivindica seus direitos. No Novo Testamento há 24 ocorrências sobre “Vontade de Deus”, mas os mediocrizadores do Evangelho insistem em adulçorar a boca de seus ouvintes dizendo que pedir segundo a vontade de Deus é falta de fé. Esquecem esses falsários do Evangelho que direito é mérito e nós temos graça e não mérito. Além disso, Deus é movido pela sua graça e não por nossos méritos.

Hoje os crentes estão como o povo na época de Jeremias: Só querem ouvir coisas boas, como ser rico e o que fazer para ter um carro zero e morar numa cobertura olhando para o mar. Não querem ouvir nada de abandono de pecados como: cinema, Tv, circos, maquiagens, mundanismo, futebol, vestes indecentes e etc, nada de necessidade de arrependimento. 



Compromisso com Deus, intimidade com Deus, aprofundamento no relacionamento com Deus, santidade, vida de oração, nem falar! Os falsos profetas na época de Jeremias contrastavam a sua mensagem. Os falsos profetas só falavam aos seus ouvintes de vitória, prosperidade, riquezas e futuro radiante. Jeremias falava de juízo, de pecado e necessidade de arrependimento. Para os falsos profetas e o povo, Jeremias era um antiquado, ultrapassado, quadrado, xiita, radical, legalista. Mas, sem se preocupar em ter sucesso, Jeremias disse que os profetas agiam falsamente e curavam superficialmente as feridas do povo. A situação na época de Jeremias é a mesma dos dias atuais. Os crentes não gostam de serem advertidos, não gostam de serem convocados a andarem na contra mão do mundo vivendo uma vida piedosa. Gostam de serem bajulados. 


Estão infectados com o vírus do Evangelho medíocre o que os deixam ávidos por benção, ou seja, estão acometidos de uma doença: bençãotite. Por outro lado, os inescrupulosos mediocrizadores do Evangelho dizem sempre paz, paz! oferecendo ao povo festas e louvores, louvores e festas, ou seja, a vida religiosa festiva basta. Na visão dos líderes mediocrizadores, o homem não precisa se enquadrar na vontade de Deus, por isso, seus sermões são massageadores do ego e lisonjeiros ao pecador. 


A pregação desses satânicos homens não é focada nas exigências morais e espirituais de Deus, pois as necessidades materiais dos ouvintes têm mais relevância que a proclamação da santidade de Deus. Esses burlões sempre oferecem a graça de Deus ligada aos bens materiais omitindo a santidade, a vida de renúncia e o abandono de pecado. Esses embusteiros se esquecem que o Evangelho não é um chamado para viver nababesco, mas um chamado para andar com Deus tomando a cruz. 


Deus não se deixa vender. Deus não é devasso. Deus não se deixa subornar por ofertas. Deus quer caráter e vida submissa a Ele. Ninguém está autorizado a oferecer carro zero, casa própria e unção financeira em nome de Deus. Jesus ofereceu a cruz.