3 de agosto de 2015

O Temor do Senhor

Conhecendo o Temor do Senhor,
Persuadimos os Homens

Eis o ponto saliente na história de Ananias e Safira: O juízo de Deus contra eles produziu um efeito que foi além da igreja de Jerusalém – “E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram notícia destes acontecimentos” (At 5.11). O versículo 13 relata que os incrédulos não ousavam associar-se a eles? Isto é precisamente oposto à filosofia da “igreja amigável” que é tão popular em nossos dias. Em vez de atrair os incrédulos à igreja, por fazer-los sentirem-se bem e seguros, Deus usou o temor para mantê-los afastados.

O temor de Deus foi uma doutrina central na igreja primitiva assim como o fora no Antigo Testamento. Incrédulos e crentes foram igualmente ensinados a temê-Lo. Ninguém senão um tolo haveria de tratar a Deus com frivolidade. Era este temor que atraía as pessoas à salvação, conservando-as em obediência. A salvação não vem do simples querer participar da alegria e acabar com a dor emocional; vem quando o coração clama por liberdade do pecado!

O movimento contemporâneo da “igreja amigável” almeja exatamente o contrário. Ao invés de suscitar o temor a Deus procura retratá-Lo como um Deus “legal”, festivo, pacato, manso e permissivo. Pecadores arrogantes, que com grande temor deveriam se aproximar de Deus (cf. Lc 18.13), são encorajados a abusarem da graça de Deus. Os pecadores nada ouvem acerca da ira divina. Isto é tão errado quanto pregar uma heresia.

Conforme o que aprendemos do episódio de Ananias e Safira, a ira de Deus não pode ser vista com leviandade. Pedro escreveu: “Se [o julgamento] primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” (1 Pe 4.17). Paulo falou da ira divina como sendo uma das primeiras motivações para o evangelismo: “E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens” (2 Co 5.11).

Para Onde a Filosofia da “Amigabilidade”
Está Levando a Igreja?

Líderes cristãos que se identificam como evangélicos estão começando a questionar doutrinas fundamentais como o inferno e a depravação humana.

Um dos movimentos mais populares da atualidade abraça uma doutrina conhecida como “imortalidade condicional”, semelhante à doutrina do aniquilamento. É a crença de que os pecadores não-redimidos, em vez de passarem a eternidade no inferno, são simplesmente erradicados. Encaixando-se perfeitamente á filosofia da “igreja amigável”, esse ponto de vista ensina que um Deus misericordioso não poderia consignar ao tormento eterno seres criados por Ele. Portanto, em lugar disso, Deus os elimina por completo.

A “imortalidade condicional” e a doutrina do aniquilamento não são idéias novas. A "imortalidade condicional" e a doutrina do aniquilamento não são idéais novas. A história nos mostra, todavia, que a maioria das pessoas e movimentos que adotam a doutrina do aniquilamento não se mantêm ortodoxas. Negar a eternidade do inferno é equivalente a uma arrancada em direção ao declínio.

Spurgeon atacou a "imoralidade condicional' considerando-a um dos grandes erros do declínio do século dezenove. Ele afirmou: "aqueles que negam do inferno também destróem a esperança do céu que a todo momento temos esperado. É claro que a recompensa dos justos não deve ter maior duração do que o castigo dos ímpios. Ambos são descritos como eternos no mesmo versículo (Mt 25.46); e essas palavras foram proferidas pelos mesmos lábios sagrados. Portanto, visto que o castigo é descrito como duradouro por toda a eternidade, assim também deverá ser a vida”.

As escrituras declaram: "o diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontraram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos" (Ap 20.10). Jesus falou do homem rico que "no inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua porque  estou atormentado nesta chama" (Lc 16.23,24). Foi  também  Jesus  quem  disse:
“E, se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus olhos do que, tendo os dois, seres lançado no inferno, onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga" (Mc 9.47,48). E Apocalipse 14.11 descreve o estado eterno daqueles que seguirem o anticristo, na tribulação: " A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome". Em todas as Escrituras, o próprio Senhor Jesus foi o ensinador mais prolífico acerca do inferno. Ele falou mais acerca deste assunto do que todos os apóstolos, profetas e evangelistas juntos.

A pregação que menospreza a ira de Deus não enriquece o evangelismo; pelo contrário, prejudica-o. A urgência do evangelho fica irremediavelmente perdida quando o pregador nega a realidade ou a severidade da punição eterna. A autoridade das Escrituras é comprometida quando uma porção tão grande dos ensinos de Jesus precisa ser negada ou atenuada. A seriedade do pecado é depreciada por tais doutrinas. É, desta forma, o evangelho é subvertido.

Quão profundamente a tendência de se negar a existência do inferno já penetrou o evangelicalismo? Uma pesquisa feita entre seminaristas evangélicos revelou que aproximadamente a metade deles – 46% - sente que pregar acerca do inferno aos incrédulos é “de mau gosto”. Pior do que isso, três em cada dez dos pesquisados que professam ser “nascidos de novo” crêem que as pessoas “boas” irão para o céu quando morrerem, ainda que não creram em Cristo. Um entre dez evangélicos afirmou que o conceito de pecado está fora de moda.