20 de outubro de 2014

Louvor emoção ou Louvor entendimento?


A música tem as características de um produto exposto para ser comprado e consumido. No louvor do sacolejo, o público precisa ouvir, emocionar-se e sacolejar. Ou seja: sacolejo sim, reflexão não.

Os líderes do louvor do sacolejo ignoram a racionalidade do louvor, por isso são “doutores” em provocar sensações com o objetivo de produzir euforia. É preciso entender que o louvor verdadeiro começa na mente. O louvor que não passa pelo entendimento, não é verdadeiro. Se o louvor está saturado de elementos físicos, tais como apresentações de orquestras hábeis e comoventes, o louvor está comprometido e maculado. 


O teólogo puritano Richard Cox disse: “Todas as coisas na igreja devem ser puras e simples; devem-se remover o mais longe possível os elementos e pompas deste mundo”. Outro puritano, Stephen Charnock enfatizou: “O louvor é um ato do entendimento”. Portanto, no verdadeiro louvor é a mente que deve estar ativa e ser edificada e, as emoções são ativadas pelo que é reconhecido na mente e não pelo poder da música, do ritmo, da estridência ou movimentos gestuais. John Wesley disse: “Acima de tudo cante espiritualmente e cuide para que seu coração não seja arrebatado pela música”. A música é veículo, é meio. Em si mesma ela não é adoração. A música é método de expressão e o método nunca deve substituir a essência da adoração. John Wycliffe, o precursor da Reforma, criticou severamente o uso de sons que incitavam a dançar ou estimulavam os sentimentos no louvor. 

Agostinho, chamado um dos pais da igreja, disse: “Logo que a música me proporciona mais deleite do que as próprias palavras, confesso prontamente que cometi um pecado grave”.