10 de fevereiro de 2015

CUIDADO COM OS BRUCUTUÓLOGOS



Atualmente poucos crentes discernem a superficialidade da pregação nos púlpitos. Não são poucos os pastores que mostram atalhos nas suas mensagens para satisfazer os corações escabrosos. Sermões pluralistas que servem a “gregos” e a “troianos”. Sermões propositadamente elaborados para serem diet-light, confortáveis, humorísticos, carnais e de depoimento pessoal para prender o rebanhão. Esses pastores evitam aprofundar-se na Palavra porque querem ter a “casa cheia” ou porque são brucutus. Brucutu é o nome pelo qual ficou conhecido um veículo blindado usado em repressões por forças policiais brasileiras. Portanto, pastores brucutus são homens blindados onde o santo Evangelho não encontra caminho livre em seus corações. São homens biblicamente rudes, embrutecidos. Desse modo, as ovelhas ficam subnutridas espiritualmente, porque se alimentam somente de mingau, feno e palha e, suas feridas são curadas superficialmente.

Os sermões dos brucutuólogos são repletos de ilustrações não para ilustrar, mas para adornar o sermão. Não há nada que prostitua tanto a pregação como o uso de ilustrações para chamar a atenção para as ilustrações. A representação teatral de coisas santas é um anjo de morte disfarçado. Precisamos de homens que sejam em suas pregações, declarativos, diretos, claros, urgentes. Chega de pregação insípida, sem vida, monótona, maçante, enfadonha, fria, açucarada.  Precisamos de pregadores que estejam cônscios de Deus. Que sejam dominados por um senso da presença de Deus e não estejam preocupados em agradar os homens. Precisamos de pastores que tenham a coragem de extirpar os recheios purpúreos de seus sermões. Que expulsem o caráter ornamental de seus sermões. Que digam como o puritano Richard Baxter: “Eu preguei como se nunca mais fosse pregar outra vez, e como moribundo a moribundos”. Que sigam o exemplo de George Whitefield que certa vez disse: “Que o nome de George Whitefield seja esquecido e apagado, na medida em que o nome do Senhor Jesus seja conhecido”.

Deus proibiu Salomão de comprar cavalos no Egito. Salomão desobedeceu, perdeu a fé, tornou-se idólatra e caiu na apostasia. Muitas igrejas evangélicas estão comprando “cavalos no Egito” para se adaptar aos tempos e às épocas. E, o maior incentivo para a compra desses cavalos no Egito advém dos ensinos dos professores brucutuólogos do seu seminário. Lá, o brucutuólogo ensina habilidades publicitárias e estratégia de marketing para crescimento de igreja. Lá, o brucutuólogo fala que Jesus é o sustentador da igreja e ao mesmo tempo diz que é necessário a igreja receber verbas governamentais. Lá, o brucutuólogo fala do célebre ensinamento de Jesus: “Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (Mat 6:3) e ao mesmo tempo defende o marketing da obra social da igreja. Lá, o brucutuólogo confunde igreja com empresa, por isso incentiva a igreja vender consórcio, seguros de todo tipo, fazer sorteios de cestas básicas e até rifas. Engolfados na sua brucutuologia, os brucutuólogos esqueceram que a igreja primitiva abalou o mundo da época pelo poder do Evangelho. Não houve necessidade de marketing, divulgação de sua obra social nem a adoção de coisas mundanas.

A igreja dos brucutuólogos perdeu a sua verdadeira identidade. Morreu como igreja genuinamente cristã. Virou um negócio como outro qualquer. Tornou-se mundana e comercial. Adaptadas aos tempos pós-modernos ficaram sem doutrina definida. Nesse contexto, predomina a religiosidade sentimental, a supervalorização do “sentir” – “Sinta Deus nesse louvor” declaram os “brucutus do louvor”. A persuasão da música é mais forte do que o poder da Palavra Divina. Para os pastores brucutuólogos o tamanho da igreja e a mega-platéia é o que tem importância. Santidade e vida de renúncia são acessórios. Ávidos pela estatística e pelos números, os pastores brucutuólogos criaram o “evan gelho-menu”: o evangelho-forrozeiro, o evangelho-roqueiro, o evangelho-sufista, o evangelho-esqueitista, o evangelho-tatuagista, o evangelho-caipira, o evangelho-hip-hop, o evangelho-sambista, o evangelho-carnavalesco, o evangelho-nudista, o evangelho-dançarino.  Para os brucutuólogos, “vender” Jesus é uma arte.

É urgente que os servos piedosos se posicione contra essa cultura eclesiástica maliciosa que tem dominado as igrejas e erguido brucutus descompromissados com o santo Evangelho e com o Deus do Evangelho santo. É iminente que se levantem profetas de Deus que assim como Lutero ponha sua cabeça a prêmio para que a sã doutrina seja pregada e ensinada como ela é.

Ir. Marcos Pinheiro