7 de março de 2015

Levantemo-nos pela verdade, não importando o preço!

No Salmo 45, do versículo 1 ao 8, o salmista inspirado pelo Espírito Santo, canta a respeito do Noivo celestial - O Senhor Jesus Cristo. A partir do versículo 9, o salmista volta sua atenção para a mais bela das noivas - a igreja, exaltando sua beleza e poder com as palavras: “... à tua direita está a rainha adornada de ouro de Ofir” (Salmo 45:9). No versículo 13 diz: “Toda formosura é a filha do Rei no interior do palácio a sua vestidura é recamada de ouro”.

O ouro é aqui a expressão da Santa Majestade de Deus, a característica da noiva do cordeiro (a igreja) a qual é adornada de ouro finíssimo de Ofir. O ouro refere-se a uma vida de santificação. Isto é, pessoas que antes viviam em corrupção e em pecado, que não tinham esperança, mas se deixaram salvar e santificar, Deus as vestiu de ouro finíssimo. A expressão “vestidura recamada de ouro” é uma franca figura da formosura completa dos crentes completamente santificados pelo Espírito de Deus, que se deixaram elevar à posição de noiva. Portanto, o sangue e a justiça de Cristo são as nossas jóias, o nosso ouro e as nossas vestes de honra.

Em Isaías 61:10, o profeta jubila dizendo: “Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus, porque me cobriu de vestes de salvação, e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas jóias”. É visível o maravilhoso objetivo que Deus tinha em vista, quando nos deu em SEU FILHO essas “vestes de salvação” e o “manto de justiça”. Comparativamente, seremos como noivo que se adorna de turbante e como noiva que se enfeita com as suas jóias.

Todos que despiram suas vestes de pecado no caminho da santificação e se revestiram do Senhor Jesus Cristo em obediência de Fé, serão conduzidos ao Rei (o noivo Jesus) em “veste recamada de ouro” (Salmo 45:13), em “roupagens bordadas” (Salmos 45:14). Como noiva do Cordeiro, “estarão à sua direita, adornados de ouro finíssimo de Ofir” (Salmo 45:9), ou como diz o projeta lsaías: “... como noiva que se enfeita com as suas jóias” (Isaías 61:10).

Observe que tudo o que foi lido até agora é figurativo e comparativo. Portanto, é uma estultícia espiritual querer usar os versículos supracitados para justificar o uso de ouro, de jóias.

Em Gêneses 22, é relatada a “Provação do monte Moriá”. O que mais me impressiona em relação a lsaque é a sua inteira submissão. Em nenhum momento, mesmo quando observou que não levavam o cordeiro para o holocausto, lsaque não se contrapôs ao que Abraão fazia, pois reconhecia que aquela era a expressa vontade de Deus. E o mais impressionante de tudo é o que se passou no local do holocausto, “chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão, um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha” (Gênesis 22:9). lsaque podia ter resistido ao Pai com muita facilidade, imaginando, que Abraão enlouquecera, mas, não! A confiança de lsaque era tamanha que ele se submeteu a toda aquela humilhação. lsaque deixou que Abraão o amarrasse, e se submeteu qual um cordeiro quando Abraão o deitou no altar. E isso nos faz lembrar de uma palavra do profeta Isaías, falando de Jesus: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro, e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, Ele não abriu a sua boca” (Isaías 53:7). Portanto o comportamento de Isaque enfatizado pela obediência e submissão a Abraão é uma tipologia de Jesus. Isto é, lsaque é uma simbologia de Jesus, é uma representação de Jesus.

Em Gênesis 24, Abraão deu ao seu servo o encargo de buscar a noiva para o seu filho Isaque. A noiva foi Rebeca. Rebeca é uma tipologia da noiva do cordeiro - A igreja. Isto é, Rebeca é uma simbologia da igreja. O encontro de lsaque com Rebeca representa o encontro de Jesus com a sua igreja. Em Colossenses 2:17, está escrito que as coisas antigas (da velha aliança) eram “sombras das coisas futuras”. Portanto, quando em Gênesis 24:22 o servo de Abraão ataviou Rebeca com um pendente de ouro e com pulseiras não quer dizer que as servas de Deus também podem se ataviar com jóias. A Bíblia diz em 2 Corintios 3:6 que Deus nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espirito. Assim, fica evidente, que os adornos sobre Rebeca é uma tipologia dos dons espirituais sobre a igreja do Senhor Jesus Cristo. A escritura dá de forma figurada e extremamente exata o testemunho experimental do Pentecoste nessa passagem de Gênesis 24:22 - A Igreja recebendo os dons do Espírito Santo.

Vale salientar que no Antigo Testamento as donzelas se adornavam com uma finalidade específica: cumprir o ritual de casamento. Por isso Isaías diz: “... como noiva que se enfeita com as jóias” (Is 61:10). Portanto, o uso de jóias na solenidade de casamento era um costume cultural com um significado espiritual, ou seja, os judeus viam nos adornos das donzelas e particularmente nas suas filhas que se casavam a superabundância espiritual de Israel no seu encontro com Deus. Além disso, a atitude do noivo colocar jóias sobre a noiva era um símbolo do seu compromisso marital. As donzelas israelitas não usavam jóias antes do casamento, simplesmente as recebiam do noivo. Observe o caso de Rebeca: quando Deus revelou ao servo de Abraão que Rebeca seria a esposa de Isaque, ele colocou jóias em Rebeca. Isso significa que Rebeca não usava jóias. Se usasse, o servo de Abraão não as tinha colocado.

Conclusão: os atavios eram usados somente na solenidade de casamento e, simbolicamente. Em Cantares 1:11 lemos: “enfeites de ouro te faremos, com incrustações de prata”. Nesse versículo Salomão retrata uma alegoria entre o amor de Deus e Israel onde Israel seria adornada com jóias de ouro e prata. No Novo Testamento várias passagens bíblicas descrevem o amor de Cristo à igreja sob a figura do relacionamento marital (Efésios 5:22 e 23; Ap 19: 7 – 9 ). Em apocalipse 21:2, João viu a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu como uma noiva ataviada para o seu noivo. Tudo é uma alegoria e, jamais se pode usar uma alegoria para justificar o uso de jóias.

Levantemo-nos pela verdade, não importando o preço!