5 de outubro de 2014

"Evangelho consumista, Parte 2"

Engolfados em sua teologia espúria, os gatunos da fé surripiam dinheiro do povo para comprar suas mansões e jatinhos. São consumidores inveterados. São como as filhas da sanguessuga: “A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Estas três coisas nunca se fartam; e quatro nunca dizem; basta” (Pv 30:15). Provérbios 30: 14 descreve muito bem a característica dos pelintras da fé: “Seus dentes são espadas e seus queixais são facas para consumirem na terra os aflitos e os necessitados entre os homens”. À semelhança de Judas Iscariotes, os trapaceiros da fé metem a mão no dinheiro destinado à obra do Senhor multiplicando suas contas bancárias e suas viagens ao exterior além de custearem a educação de seus filhos em Universidades americanas.

Esses bandidos atuam na casa do Mestre com uma única finalidade: Faturar e Faturar. Não cuidam das ovelhas, não as visitam, não as admoestam, não as conclamam a uma vida santa. Esses réprobos transformam suas igrejas em McDonald’s, Burger King e Habib’s, pois oferecem às ovelhas, refrigerantes, batata frita e cachorro quente, ou seja, não lhes dão alimento espiritual sólido e saudável, o que as deixam espiritualmente desnutridas. Esses criminosos da fé sem nenhum pejo vomitam asnices através de sermões enlatados que causam náuseas.

Os gateadores da fé são hipócritas, pois fingem ter vocação pastoral. Eles vêem no pastoreio um meio propenso para enriquecer. Adoram Mamon! Não é Mamão, é Mamon mesmo. O pior é que muitos deles dão uma de fundamentalista quando estão no púlpito. Pronunciam-se contra a Teologia Relacional, contra a Teologia da Libertação, contra o Evolucionismo, contra o Universalismo, contra o Homossexualismo, contra a Nova Era. Combatem algumas heresias e ao mesmo tempo estão atolados até o pescoço na lama. Apóiam as “bailarinas de Jesus” dançando seminuas no púlpito ao som das músicas de Luiz Gonzaga, Chitãozinho e Xororó, Ivete Sangalo e Daniela Mercury com letra bíblica. Abominação! A palavra de Deus não deve ser colocada nos penicos de Satanás.

Na época das eleições os bandidos da fé fazem conchavo com os políticos, pois o tesouro deles não está no céu, mas, nos bancos nacionais e internacionais. Despertados pelas tramóias proporcionadas pelo político seduzem suas ovelhas com a frese: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”. Ingenuamente as ovelhas caem na armadilha e votam em quem eles mandam votar.

A Cracolândia, digo melhor, a igrejolândia dos bandidos da fé entorpecem os “fiéis” com seus megaeventos com palcos estrambóticos de milhões de decibéis onde cantores narcisistas e com delírio de grandeza se apresentam no estilo Hollywood com suas calças apertadas, botas xuxalinas, piercings, brincos e cabelo moicano e tingidos. Esses profissionais da música cobram cachê, adoram ser adorados, são movidos a glamour e se deleitam em dar autógrafos.

Na igrejolândia o culto é direcionado para garantir a volta do ouvinte no próximo domingo. O negócio é saturar os olhos do povo com cores, fumaça, batucada, danças, bandeiras, telões e filmagem. Apesar dos anéis nos dedos e alguns, até chapéu de cowboy usam, trazem mensagens paupérrimas, pois carecem de uma exegese sadia e boa hermenêutica. Como o pão da vida é escasso, o povo é alimentado com cinzas, feno e palha. O mercado esotérico é enorme. Vendem-se tudo: rosa santa, areia santa, sabão santo, perfume santo, óleo santo de Israel, água santa do Jordão, e por aí vai. Fazem-se campanhas com nomes esdrúxulos: campanha do manto, da vassoura, do mel silvestre, dos desmerecidos, dos trezentos filhos da luz, do descarrego, e por aí vai. O incrível é que com toda essa banalização do Evangelho os bandidos da fé conseguem manter a fidelização de seus consumidores cultuais.

O conceito de fé dos ratoneiros da fé não é propriamente crer. É dizer e as coisas acontecerem. É um conceito mágico: “Sua palavra tem poder; há poder em suas palavras”. Esses réprobos vivem na subjetividade: “O Senhor me falou”, “Deus me disse”, “O Senhor me revelou”, “Eu senti no meu espírito”. É notório o abandono da Bíblia como fonte de doutrina e de edificação. A experiência e o subjetivo é o que vale. Eles usam a Bíblia para comprovar suas idéias alienantes e referendar as doutrinas produzidas por suas experiências estapafúrdias. Todas vindas do “Centro de Sabotagem”. Os sonhos desses flibusteiros da fé é ter uma igreja com rol de membros repleto de figurões: artistas, grandes empresários, políticos importantes, esportistas famosos e magistrados.

O tempo dos bandidos da fé está com os seus dias contados. Esse é o nosso consolo! Deus vai destronar os lobos travestidos de cordeiro, os executivos do púlpito travestidos de pastor. O Senhor vai por ao chão aqueles que enganam os humildes com frases engenhosamente enganadoras tais como: “Semana da recuperação dos bens”, “Unção financeira”, “Pobreza é do diabo”, “Você nasceu para a opulência”, “Visualize sua bênção e tome posse”, “Semeie para que não tenha ninguém doente na sua casa”, “Você terá a herança das riquezas dos ímpios”, “Deus te abençoará além dos teus sonhos”, “Quebre a costela da pobreza”, “Semeie com expectativa”, “O que Satanás te roubou Deus te dará sete vezes mais”.

Que o Senhor te livre dos tais!