23 de setembro de 2015

Deus, Meu Coração e As Roupas

Quando se trata de moda, sou deliberadamente desatualizado. Não me importo se o que estou vestindo está dentro das últimas tendências da moda ou não. De fato, meu objetivo é resistir às influências externas sobre o meu vestuário. Como um homem de verdade, gosto de estar fora de estilo.
Se alguma vez você me vir bem vestido em público, é porque minha esposa e minhas filhas, ao contrário de mim, se importam com as minhas roupas. São adoráveis mulheres de muito bom gosto. Cada uma delas tem o seu estilo único de se vestir. Gosto de tentar encontrar presentes para elas que sejam compatíveis com o seu estilo individual.
“Adorno e vestuário é uma área com a qual as mulheres geralmente se preocupam”, escreve George Knight (que deve ter tido filhas adoles­centes). Isso é bom. Deus criou as mulheres com o dom de fazerem a si mesmas—assim como todas as coisas ao seu redor. Mas como Sr. Knight continua a observar, vestuário também é uma área “na qual há perigos de imodéstia e indiscrição”.1
No entanto, muitas jovens não têm consciência desses perigos munda­nos. Há alguns anos, preguei um sermão na igreja sobre 1 Timóteo 2.9 in­titulado “A Alma da Modéstia”. E esse sermão chegou aos ouvidos de uma jovem chamada Jenni. Antes de ouvi-lo, Jenni não tinha a menor ideia do que a Palavra de Deus dizia sobre a maneira de nos vestirmos. “A modéstia era uma palavra que eu desconhecia”, Jenni confessou mais tarde, durante um testemunho para a congregação da nossa igreja.
Meus amigos me apelidaram de “escandalosa”. Quando ia escolher uma roupa, pensava no que valorizaria o meu corpo, chamaria mais atenção, in­spirando-me nas modelos e outras mulheres que estão por dentro da moda. Queria ser aceita e admirada pelas roupas que vestia. Gostava de me pro­duzir, da atenção que recebia e de como isso estimulava meus sentimentos.
Talvez você se identifique com a Jenni. Talvez para você a modéstia não pareça nem um pouco atrativa. Se fizéssemos o jogo de associação de pala­vras, você diria “fora de estilo” e “legalista”. Talvez você pense que Deus é indiferente com relação ao seu modo de se vestir. Por que ele se importaria?
Mas como Jenni acabou por descobrir, não há “um centímetro quadrado”2 da nossa vida—inclusive nosso armário—com o qual Deus não se importe. E, mais do que isso, ele se importa com o coração por trás das roupas e se a forma de nos vestirmos revela a presença do mundanismo ou da santidade.
A prova vem de 1 Timóteo 2.9, onde Paulo orienta “que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos”. Semelhante a 1 João 2.15, temos a tendência de ignorar esse versículo, ou reinterpretá-lo, a fim de escapar de seu imperativo. Mas não devemos eliminar 1 Timóteo 2.9 da nossa Bíblia. Devemos buscar entender como ele se aplica a nossa vida, a nossos hábitos de comprar roupas e ao conteúdo do nosso guarda-roupa.
Este capítulo é basicamente voltado às mulheres, não apenas porque é a elas que 1 Timóteo 2.9 se dirige, mas também porque este tema é mais importante para as mulheres. George Knight está certo, e a experiência das mulheres pode confirmar a importância deste tema. No entanto, a modéstia pode ser aplicada também aos homens—cada vez mais na cultura de hoje. E principalmente aos pais, que são responsáveis por criar filhas modestas.
Extraído do capítulo “Deus, Meu Coração e as Roupas” escrito por C. J. Mahaney no livro“Mundanismo, como resistir à sedução de um mundo caído”, ©